PASSOS PARA A LIBERDADE EM CRISTO 3: MENTIRA E VERDADE
Da mentira e engano para a verdade
Jesus disse: “E conhecerão a verdade e a verdade os libertará. (…) Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres” (Jo 8.32 e 36). A verdade liberta! Jesus liberta! Esta é uma promessa; aproprie-se dela! Uma das mais terríveis prisões é viver no engano e na mentira. Para quem é cristão há muito tempo, sondar o coração acerca deste aspecto pode soar estranho e até desnecessário. Todavia, é preciso que você mantenha a humildade e coloque-se sob a Escritura iluminada pela luz do Espírito Santo a fim de verificar onde ainda existem enganos e mentiras na sua vida. Muitas vezes, após o período inicial da vida cristã, ocorre um acomodamento ou esfriamento espiritual.             A principal causa desse esfriamento é a recusa de confrontar as realidades mais profundas do ser, que precisam ser avaliadas à luz da verdade da Palavra de Deus. Ainda que continuemos externando uma aparência espiritual (hipocrisia), enquanto estamos neste estágio tendemos a buscar satisfazer-nos em nós mesmos e com as coisas
que já alcançamos, porém sem sucesso. Este é o caminho para o desânimo na caminhada da fé. É o engano do Diabo! Ele não quer que você progrida e experimente a plenitude de vida da qual Cristo tanto fala. O salmista diz que feliz é aquele “a quem o SENHOR não atribui culpa e em quem não há hipocrisia” (Sl 32.2).
A Bíblia é enfática no seu ensino acerca da necessidade de cada um abandonar a mentira e buscar viver orientado pela verdade. Isto é possível apenas quanto reconhecemos, em primeiro, que a Palavra de Deus é a verdade e aferimos tudo sob a luz desta verdade. O que a Bíblia diz precisa ser autoridade na nossa vida. Quando começamos a argumentar e a nos defender escorregamos para o engano e o pecado. A nossa proteção está em nos mantermos
orientados por aquilo que nosso Pai ensina. Quando Jesus pede ao Pai para que proteja os seus discípulos do Maligno, ele diz: “santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.15-17). Nós, pela fé em Cristo, somos habitação do Espírito Santo, o Espírito da Verdade, e ele nos guiará a toda a verdade (Jo 16.13). Não precisamos pedir que o Espírito Santo nos guie. Ele tem prazer em fazê-lo. A nós cabe apenas estar atentos às suas orienta-
ções. A Escritura nos ensina que se andamos no Espírito, de jeito nenhum, vamos atender aos desejos da nossa natureza carnal (Gl 5.16). Portanto, orientar sua vida na verdade é o caminho para libertação e plenitude de vida em todos os sentidos. Decidir viver na verdade certamente é um desafio num mundo que é orientado pela mentira e pelo engano. Esse vírus, de alguma forma penetrou em todos pelo pecado, mas o antídoto já está em nós: é Cristo! E nós, pela fé, recebemos (temos!) a mente de Cristo (1 Co 2.16). Muitos, desde a tenra infância, têm aprendido a usar a mentira como um mecanismo de defesa, de proteção. Todavia, a Bíblia nos ensina de forma clara que toda mentira tem sua origem no Diabo (Jo 8.44). Mentir é fazer o que é próprio do Diabo. Mais uma vez é fundamental
tomar consciência de que a verdade liberta e a mentira aprisiona. Está mais do que comprovado que esconder e encobrir produz uma vida infeliz. É exatamente por isso que a mentira e o engano são o ponto de apoio por excelência do Diabo. Neste contexto é importantíssimo estarmos conscientes do poder da vontade. A vontade é o poder governante em nossa natureza.

A vontade é o poder decisivo que trabalha em nós para a obediência a Deus. A Bíblia nos ensina, deste o Gênesis, que a nós cabe a responsabilidade de decidir. A vontade é uma espécie de interruptor que determina o caminho pelo qual decidimos andar.
Você continuará em constante perigo enquanto não compreender o poder da vontade em sua vida. A sua fé e as promessas recebidas não lhe serão de nenhum valor enquanto você não decidir colocar sua vontade ao lado da fé e agir. É precisamente neste ponto que a vontade é diferente das emoções e dos sentimentos. Fé é ação. Para que a ação aconteça é necessária uma decisão. Por isso, quando alguém diz que gostaria de crer, mas que não consegue,
está sendo enganada. Isto porque a fé depende de uma decisão. A fé na verdade revelada nas Escrituras depende de uma decisão, sempre pessoal. Fé é algo que decidimos exercer.
Ao mesmo tempo é fundamental saber que a minha decisão de crer não cria a verdade.
Assim, voltamos a afirmação fundamental de Jesus: ao conhecermos a verdade e decidirmos crer nela somos libertos. Afirmar a verdade como confissão de fé tem sido uma das práticas da Igreja desde a sua origem. Confessar a sua fé é uma forma de destruir as fortalezas da mentira e do engano em sua vida.
Tarefas práticas (reflita e faça suas anotações em casa e compartilhe no encontro):
1) Como sua compreensão acerca da relação entre a vontade e a decisão de crer na verdade
tem afetado a sua vida espiritual?
2) Você já sofreu por causa de mentiras? Existem mentiras ou engano na sua vida as quais
você precisa reconhecer e confessar. Como a verdade poderia trazer cura e restauração?
3) Quais mecanismos de defesa você tem utilizado para se proteger, utilizando a mentira?
(___) Negação: recusa-se, de forma consciente ou inconsciente, a enfrentar a verdade?
(___) Fantasia: você foge do mundo real e cria uma realidade artificial?
(___) Isolamento emocional: você retrai e isola para evitar ser rejeitada/o?
(___) Regressão: você se fixa em períodos de sua vida que eram menos ameaçadores?
(___) Deslocamento: você lança suas frustrações sobre os outros?
(___) Projeção: você costuma culpar os outros, ao invés de assumir a responsabilidade?
(___) Racionalização: você costuma justificar seus erros através de uma “explicação”.
4) A Bíblia nos ensina que nós precisamos renovar nossa mente, pois apenas desta forma viveremos segundo o padrão do Reino de Deus. A forma de fazê-lo é empreender um processo contínuo de substituir a mentira pela verdade. Isso implica descobrir as mentiras que ainda estão governando sua vida, renunciar a elas e decidir viver conforme a orientação da Escritura (a verdade). Fazer isso é prestar culto a Deus! Somente através deste
exercício contínuo é possível experimentar e, então comprovar, que a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita.
5) Utilize confissões de fé existentes e aproprie-se delas, imprimindo nelas, porém, sua decisão
de fé pessoal.

Concluam o tempo de compartilhar com ministração mútua. Confessem mutuamente seus pecados e orem.